Por Onyx Lorenzoni, futuro chefe da Casa Civil, deputado federal (DEM-RS)
Quando o plano de governo de Jair Bolsonaro foi registrado junto ao TSE, tivemos a preocupação de que ele fosse conceitual. Sem programas específicos, propositalmente. Primeiro para que ficasse claro como seria a administração e não uma série de "projetos" embasados em marketing eleitoral. Depois, para evitar interpretações maldosas que prejudicassem o parlamentar, hoje eleito presidente da República. Dois foram os principais conceitos que nortearam o plano de governo: será um governo que pela primeira vez, desde a proclamação da República, celebrada esta semana, vai confiar nos cidadãos. Diferentemente do que foi feito nas últimas décadas, quando o cidadão que se dirige ao governo foi sempre olhado com desconfiança. Certidões, autorizações, atestados, carimbos. Vamos simplificar a relação entre o Estado e o cidadão. Como disse o presidente eleito: " Vou tirar o governo do cangote de vocês." Indo direto ao ponto da tão necessária liberdade que só virá com a desburocratização.
Outro conceito muito caro a todos é o "Mais Brasil, menos Brasília", que significa colocar a nossa federação de pé. Valorizando Estados e municípios, a partir de uma conduta prática que ficará clara nos primeiros meses de governo, de transferência direta de recursos da União para os municípios e Estados, sejam eles de programas da União, dos ministérios e até as emendas parlamentares. Isso permitirá reduzir consultorias, assessorias e taxas de intermediação escandalosas, que chegam a 11% no percurso do dinheiro até o ente federado. Será um alívio extraordinário e ajudará o Brasil a crescer.
A montagem do governo também deixa claro para a sociedade brasileira que não existe o famigerado toma lá dá cá. Governo e congressistas foram eleitos para mudar o Brasil, aí torna-se muito importante falar sobre a coordenação e articulação do novo governo com o parlamento brasileiro. Será uma relação de respeito e valorização da atividade da Câmara Federal e do Senado Federal, conjugando, de forma transparente, projetos estruturantes do governo com a parceria e apoio às atividades dos parlamentares para transformar a realidade em cada rincão deste país. Uma associação limpa de quem quer realmente mudar o Brasil.
Temos a consciência do desafio e da oportunidade única. A missão do novo governo é "servir à sociedade e não se servir dela" como afirmou exaustivamente o presidente eleito Jair Messias Bolsonaro. Entregar serviços públicos de qualidade, respeitar os pilares da democracia, os direitos e deveres de cada um. A valorização de princípios e valores foi o que conectou o presidente eleito ao coração dos brasileiros, em uma campanha que entra para a história sob todos os aspectos. A escolha da sociedade foi por transformar a relação do governo com seus entes federados e seus cidadãos. Uma relação de respeito que será construída dia-a-dia com muito trabalho e boas práticas. Os desafios são enormes, mas nunca maiores que os nossos sonhos. Novos tempos virão no Brasil.