Por Alfredo Schmitt, presidente do Instituto SustenPlást e do 3° Congresso Brasileiro do Plástico
O plástico é o material mais inovador da humanidade. Sua descoberta trouxe benefícios e sobrevivência a milhões de pessoas em todo mundo. Tenho lido artigos que mostram apenas um lado do tema, com uma opinião geralmente inflamada e carente de uma visão mais ampla. Algumas pessoas são tão novas em idade quanto à existência dos plásticos como conhecemos hoje. Mesmo assim, afirmam que plásticos duram 300 anos na natureza, embora ninguém saiba... existem há apenas 60 anos!
Será que viram a diminuição de moscas graças ao acondicionamento de detritos? É possível que não lembrem que a água chega até nós por tubulações de plástico, e que muitas pessoas com deficiência necessitam de canudinhos plásticos dobráveis, todos recicláveis, para poder sobreviver. Já fizeram exame de sangue? Agulha, seringa, butterfly, tubos: todos de plástico!
As sacolas têm grande capacidade de carga: transportam cerca de 1500 vezes o próprio peso. Não existe caminhão, navio ou avião que tenha essa capacidade de transporte da sacola. Ainda temos as embalagens, que permitem uma maior vida de prateleira aos alimentos, reduzindo custos, desperdício e ajudando a combater a fome. Como seriam celulares e notebooks se não fossem construídos com plásticos? No transporte, devemos lembrar que os plásticos estão ali, em para-choques e painéis, tornando os veículos mais leves e menos consumidores de combustíveis.
Plástico não tem pernas, não tem asas, não tem nadadeiras. Se estão em local inadequado, alguém fez esta disposição inadequada. Enquanto alguns questionam "que planeta vamos deixar para nossos filhos?", eu pergunto: "que filhos vamos deixar para o planeta, se não dermos educação?".
Os artigos escondem uma perversidade: não mostram que excluir plásticos trará consigo a exclusão de enormes benefícios trazidos para a sociedade. O principal não está sendo apresentado, que é a educação.
Sou educador, industrial e dirigente do setor há mais de 35 anos. Acredito que este dinheiro que está sendo usado em campanhas de difamação poderia ser canalizado para educação. Acredito em consumo responsável e cidadania.