Por Leila Ribeiro, professora da UFRGS e diretora de Educação Básica da Sociedade Brasileira de Computação (SBC)
A computação faz parte da vida de todos. Os dispositivos capazes de computar estão desde a mesa do escritório até a cozinha ou o automóvel. Grande parte da informação que a humanidade possui está armazenada digitalmente. Porém, a maioria das pessoas não tem conhecimento para acessar, apropriadamente, essa informação e usar esse poder computacional a fim de resolver os problemas do cotidiano. Para compreender e usar as ferramentas e tecnologias proporcionadas pela computação, é necessário que se dominem os seus fundamentos.
A computação é a ciência que estuda formas de representação da informação e de processos, incluindo o desenvolvimento de técnicas de resolução de problemas e o de máquinas capazes de executar as soluções. Essas técnicas desenvolvem não somente a capacidade de construir e analisar modelos abstratos (de informação e processos) e sistematizar a resolução de problemas, mas também as habilidades de argumentação, análise crítica e trabalho cooperativo. Por isso, a computação é usada nas outras ciências _ matemática, física, biologia, história, economia, artes, línguas etc. A computação provê habilidades, conhecimento, ferramentas e máquinas para tornar as pessoas mais capazes de criar e inovar em todas as áreas.
A necessidade do ensino de computação hoje é comparável à alfabetização no passado. Pessoas que não têm a formação adequada em computação não compreendem o mundo hoje (e o do futuro) e têm menos chances de se inserirem na sociedade, utilizando a informação em seu benefício.
A nação que não oferece essa formação aos seus cidadãos perderá a capacidade de produzir ciência e inovar. Os fundamentos da computação (e não tecnologias) devem ser ensinados ao longo da Educação Básica com intencionalidade. Para isso, os objetos de conhecimento e habilidades relacionados à computação precisam estar bem definidos e disponíveis a toda a rede escolar. A computação na Educação Básica deve ser entendida como estratégica para o Brasil, tanto para que a população atinja melhores patamares de qualidade de vida quanto dos pontos de vista econômico, social e científico.