O primeiro debate entre candidatos ao governo do Rio Grande do Sul, realizado pela Rádio Gaúcha, com transmissão ao vivo também via GaúchaZH, foi marcado pelo alto nível das discussões e pelo tom respeitoso dos participantes. Esse é um aspecto particularmente promissor num Estado que, com a qualidade dos serviços públicos abalada pela crise fiscal, não pode se desviar por caminhos meramente eleitoreiros. Sob o ponto de vista da sociedade, que teve a oportunidade de assistir à iniciativa ao vivo e de participar diretamente com questionamentos via redes sociais e aplicativos, essa é uma oportunidade de reflexão sobre o que pensam os postulantes ao Palácio Piratini em relação a questões emergenciais para o futuro imediato do Estado.
O debate que marcou a largada oficial da campanha às eleições de 2018 propiciou também uma chance de os candidatos dialogarem entre si, e de responderem a questões formuladas por profissionais da comunicação. Em quatro blocos, Eduardo Leite (PSDB), Jairo Jorge (PDT), José Ivo Sartori (MDB), Júlio Flores (PSTU), Mateus Bandeira (Novo), Miguel Rossetto (PT) e Roberto Robaina (PSOL) tiveram a oportunidade de mostrar como realmente são e o que pretendem, sem os artifícios que costumam prevalecer na propaganda eleitoral.
Com esse primeiro evento de campanha, o Grupo RBS reforça o seu papel de tratar de política sob o ponto de vista dos interesses da sociedade e das diferentes propostas elencadas para enfrentar os desafios de um Estado em crise, que precisa recriar as condições para voltar a atuar em favor dos cidadãos. Esse é um papel central dos meios de comunicação _ a responsabilidade de colaborar para a exposição e discussão de alternativas para os grandes temas do Estado. O trabalho do Grupo de Investigação da RBS (GDI), que passou a verificar a precisão das manifestações dos candidatos, reforça essa preocupação.
Quanto mais os eleitores substituírem a desmotivação com as eleições por orientação baseada em informação de qualidade, melhores serão as condições de discernir quais propostas são realmente viáveis. E, ao mesmo tempo, quais são fantasiosas ou demagógicas, por não encontrarem eco na realidade. Cabe ao eleitor avaliar cuidadosamente como os candidatos pretendem de fato contribuir para um Estado melhor, ou se têm apenas o objetivo de conquistar votos mediante o aceno de soluções fáceis. Numa campanha eleitoral curta e atípica como a atual, debates como esse primeiro contribuem de forma ainda mais significativa para a tomada de decisões conscientes por parte dos gaúchos.