O drama de quem tem um veículo furtado ou roubado no Rio Grande do Sul e precisa aguardar até seis meses para reavê-lo, algumas vezes mais, virou uma questão emergencial, para a qual todos os organismos da área de segurança pública precisam dar uma resposta convincente. É cruel e inadmissível uma realidade em que o poder público, além de não conseguir proteger o patrimônio dos cidadãos, tampouco demonstra condições de atendê-lo com um mínimo de eficiência nos casos em que o bem levado pelos ladrões ou acidentado vai parar num depósito.
Normalmente responsabilizado pelo atraso, o Instituto-Geral de Perícias (IGP) alega ter reduzido o prazo pela metade. Ainda assim, a espera continua longa até que sejam realizadas todas as providências, que podem envolver também o Departamento Estadual de Trânsito e a própria Secretaria de Segurança Pública. O prejuízo, particularmente para quem tem no veículo seu instrumento de trabalho, muitas vezes é irrecuperável. A demora tende a ser ainda maior nos casos envolvendo acidentes de trânsito com vítimas, disparo de arma de fogo ou adulteração de chassi.
Entre 2013 e o primeiro semestre deste ano, o Rio Grande do Sul registrou uma média de 93 veículos levados por ladrões a cada dia. Como esses números elevados não cedem, é preciso que o poder público reaja de imediato. O contribuinte, que paga seus impostos na expectativa de ser contemplado com serviços de qualidade, não é obrigado a se conformar com a explicação da falta de funcionários para o atraso no atendimento.
O poder público precisa se equipar para reduzir o elevado número de furtos e roubos de veículos no Estado. Ao mesmo tempo, tem o dever de reduzir a burocracia para evitar que o contribuinte seja punido em dobro, com a demora para ter seu veículo de volta.