Dia 2 de abril é o dia mundial de conscientização sobre o autismo. Suas características são: dificuldades com a linguagem, com a interação social e interesses restritos. O autismo é um espectro que vai desde os casos mais severos até os de menor gravidade. Fala-se atualmente em um caso a cada sessenta nascimentos. É quase uma epidemia.
A primeira coisa que aprendi com o autismo foi que nem sempre tudo ocorre como a gente espera. Isso parece óbvio, mas não estou falando de chegar na parada logo depois do ônibus passar e, então, ter de esperar mais um tempo. Falo de coisas que vão mudar sua vida de modo significativo e definitivamente. A boa notícia é que, logo em seguida, você compreende verdadeiramente a máxima sartriana de que não importa o que fizeram com você, mas sim o que você fez com aquilo que fizeram com você. Ter um familiar com autismo não é o fim do mundo e pode te trazer experiências de vida e um retorno pessoal muito interessantes.
A sociedade tem algo a aprender com os autistas, em cujo cérebro a malícia não é tão desenvolvida como nos demais
As potencialidades do trabalho do autista já chamaram a atenção de muitas empresas, e não pela caridade ou para o cumprimento da cota de pessoas com deficiência. Afinal, parece muito interessante ter um trabalhador que tem uma tendência natural a cumprir todas as tarefas exatamente como lhe foram dadas, com alto grau de concentração e sem se distrair com assuntos paralelos. Uma pessoa que trabalhava com um autista me disse que teve de explicar a ele que poderia parar o trabalho para ir ao banheiro.
A sociedade tem algo a aprender com os autistas, em cujo cérebro a malícia não é tão desenvolvida como nos demais. Eles nunca ou, pelo menos, dificilmente mentem, fingem ou fazem intrigas. Numa sociedade em que as pessoas reclamam tanto da falsidade e da mentira, essa característica pode nos sugerir, no mínimo, uma grande reflexão. Por tudo isso, o Tribunal Regional no Trabalho da 4ª Região vai estar iluminado de azul nesta segunda-feira.