É lamentável que o governador José Ivo Sartori, nesses três anos de governo, não tenha apresentado nenhum projeto de lei que valorizasse os profissionais de saúde, principalmente do Instituto de Previdência do Estado (Ipergs). O caos na saúde é generalizado, nos últimos anos acompanhamos a população desamparada, com redução de leitos e até hospitais fechando.
As consequências são enormes. No caso do Ipergs, muitos médicos estão se descredenciando e não querem mais atender pela autarquia do Estado.
A saúde deveria ser tratada como o bem maior do cidadão.
Antes de estar deputado, eu sou médico e afirmo que o Ipergs não valoriza os profissionais da saúde e os usuários. Faz seis anos, que não há nenhum reajuste nos valores pagos aos profissionais que atendem pelo instituto. Nem para consultas, nem para exames laboratoriais e radiológicos, nem diárias hospitalares. O último reajuste foi em 2011.
O descaso do governo com estes profissionais gera o descredenciamento. Em algumas especialidades, não há mais médicos e/ou tem o número reduzido. Há inúmeros casos em que o usuário espera cerca de 90 dias para conseguir agendar uma consulta. Infelizmente, dependendo do caso do paciente, pode ser tarde demais.
O ex-governador Tarso Genro do PT não tomou nenhuma providência a respeito disso e o atual também não. Para se ter uma ideia, o médico recebe R$ 47 por consulta.
No Regime Financeiro da Previdência, o IPE é responsável por aproximadamente 300 mil servidores e pensionistas. São mais de um milhão de beneficiários, que correspondem a aproximadamente 10% da população gaúcha. Mesmo não utilizando o serviço, o servidor paga mensalmente, pois é descontado no contracheque.
Existem cinco faixas e, conforme o salário recebido pelo servidor, o usuário paga parte das consultas e dos exames, de acordo com a sua categoria. Portanto, não há justificativa para não haver um reajuste.
Infelizmente a saúde que deveria ser tratada como o bem maior do cidadão, é lembrada somente na campanha eleitoral. É profundamente lamentável.