Porto Alegre começou a viver ontem a atmosfera do julgamento de Lula. Uma marcha organizada pela Via Campesina foi o primeiro ato público de uma série de manifestações previstas para os próximos dois dias. A caminhada começou na ponte do Guaíba e foi até o Anfiteatro Pôr do Sol, local do acampamento dos apoiadores do ex-presidente. O primeiro teste, a despeito de previsíveis problemas no trânsito, foi caracterizado pela tranquilidade.
É fundamental que essa mesma mecânica se repita em todos os atos previstos para a Capital, onde já desembarcaram centenas de jornalistas e milhares de simpatizantes e de adversários de Lula. Dentro desse espírito, a colaboração dos moradores de Porto Alegre será imprescindível.
Impossível imaginar que um julgamento com essa dimensão histórica não altere a rotina de uma cidade. Mudanças no trânsito, nas linhas de ônibus, engarrafamentos e bloqueios são inevitáveis. Nesse sentido, cabe reconhecer o bom trabalho das autoridades, que vêm investindo na divulgação de mapas, tabelas e informações destinadas a orientar os porto-alegrenses. Mesmo assim, paciência e compreensão passam a ser ingredientes importantes para a definição do clima circundante aos eventos que se sucederão no Tribunal Regional Federal da 4ª Região.
As primeiras horas de mobilização sinalizam positivamente e se afirmam como contraponto às previsões mais alarmistas. Ainda é cedo para uma análise mais definitiva. Até o fechamento desta edição, nenhum registro de violência ou tumulto havia sido feito. Que assim continue, especialmente depois do anúncio do resultado do julgamento. Será um grande teste não apenas para Porto Alegre, mas para todo o Brasil.