Não há como fugir do debate evidenciado nas contas de 2017 e que vai pautar novamente este ano: a causa e a solução dos problemas da nossa cidade estão no (des)equilíbrio das contas; a despesa não cabe na receita, e isso ocorre há alguns anos.
No apagar das luzes do último ano, um comunicado da Secretaria do Tesouro Nacional simbolizou os prejuízos que a cidade vem acumulando: o rebaixamento da nota para captação de financiamentos internacionais, baseado ainda em 2016. Temos que batalhar para manter um investimento de US$ 80,8 milhões que estava pronto para ser destinado à reforma de escolas e à modernização do sistema educacional.
Trabalhamos duro neste primeiro ano do governo Marchezan para devolver a Porto Alegre e seus cidadãos as condições econômicas e sociais que lhes são de direito. Debatemos, construímos, ganhamos, perdemos, insistimos e, sobretudo, avançamos. E começamos por avanços que mudam a vida das pessoas: aumento de consultas e leitos na rede de saúde, mais tempo de alunos com professores e novas vagas na educação e integração com as forças de segurança pela redução da criminalidade.
Para reverter o cenário são necessárias reformas estruturais.
Avançamos também em um tema recorrente nos debates, mas pouco transposto de fato para a administração pública: o enxugamento da máquina. Reduzimos as secretarias de 37 para 15, cortamos em 30% o custo com cargos em comissão, contingenciamos diárias e passagens e empenhamos esforços para diminuir os gastos ao alcance do Executivo. Foi o que permitiu baixar o déficit previsto nas contas em mais de R$ 600 milhões. Mas é pouco, porque ainda existem déficit, falta de investimentos e serviços precários.
As medidas internas têm repercussão limitada, e para reverter o cenário são necessárias reformas estruturais. Estamos prontos para retomar com a sociedade e o Legislativo o debate aberto sobre o IPTU justo e real, o peso das despesas de pessoal e a busca de recursos privados para investimentos. A transparência que damos aos números desde a primeira semana da gestão é o melhor instrumento para todos compreenderem a importância das mudanças que precisam ser feitas.