O futuro pertence a pensadores criativos, experimentadores e "fazedores" inventivos. Basta ver o que está acontecendo nos lugares mais avançados do mundo. Lá, eles não apostam em commodities, em indústrias do século passado, ou em serviços que não levam ao que todos querem: facilidade, acessibilidade, rapidez, variedade e preço baixo.
E nós, o que estamos fazendo para buscar nosso lugar nesse futuro? O que nossas escolas e universidades estão ensinando? De que maneira? A maioria ainda continua ensinando como se fazia no século 19, na Era Industrial. Ainda seguem a lógica da indústria: linear, segmentada, repetitiva, previsível. Alunos sentados uns atrás dos outros, passivos, sem interagir, obedecendo a um professor sabe-tudo. Com um quadro-negro, até! Todos chegam e saem na mesma hora, obedecendo à campainha. Como acontecia em uma fábrica. O mesmo ensino estandarizado, igual para todos os alunos, divididos nas salas por faixas etárias, submetidos a testes que foram inventados pelos nossos trisavós...
Mas por que continuamos assim, se 65% das nossas crianças que estão no Ensino Fundamental hoje vão trabalhar em profissões que ainda não existem? Será que não é por isso que, quando chega na hora de decidirem qual profissão vão seguir, entram em pânico, pois não estão preparadas para esse mundo inconstante que se estabelece?
Num futuro próximo, não vamos trabalhar em uma só empresa, nem ganhar salário fixo, cheios de proteções. Muita gente vai inventar sua profissão. Para isso, cada um precisa descobrir qual a sua paixão e tentar integrar essa paixão ao seu trabalho. Mas como cultivar nossas paixões nas escolas coercitivas e padronizadas que temos? Os mais jovens querem seguir seus interesses e suas paixões, tendo os adultos como facilitadores e conectores dos vastos recursos do mundo real com as comunidades digitais. Com isso, o aprendizado vem ao natural, porque é desenhado individualmente, levando em conta as habilidades e competências de cada um.
Mas nem tudo está perdido. Conheci, outro dia, em Porto Alegre, a proposta da escola Lumiar, desenhada pelo revolucionário empresário Ricardo Semler (Virando a Própria Mesa, lembram?). Depois de conhecer várias propostas pedagógicas pelo mundo, ele criou um método onde os alunos é que constroem o conhecimento, levando-os ao futuro. Ufa!