Hoje, a América Latina concentra 8% da população mundial e 38% dos homicídios. Por conta disso, 53 organizações da sociedade civil estão disseminando a Campanha Instinto de Vida, com o objetivo de salvar 365 mil vidas em 10 anos na região. Os brasileiros pedem urgência nessa agenda, pois o país é líder em números desse crime no mundo _ 60 mil vítimas por ano, e as pessoas sentem muito medo.
Aprendamos de uma vez. Chega de velarmos os nossos jovens!
O Rio Grande do Sul foi pioneiro no lançamento da campanha no Brasil. Cerca de 200 pessoas de 62 organizações estiveram presentes nessa atividade no final de agosto em Porto Alegre. Quinze prefeitos participaram do evento, e os de Pelotas, Santa Maria, Novo Hamburgo e Cachoeirinha, além do secretário estadual de Segurança firmaram o compromisso para a redução dos assassinatos.
Paradoxalmente, há forças políticas sustentando a necessidade de revogação do Estatuto do Desarmamento em um contexto de ódio e em que as armas são responsáveis por 72% dos homicídios ocorridos no território nacional, como a tragédia do dia 20 de outubro em uma escola em Goiânia, em que foram mortos dois jovens dentro de uma sala de aula e feridos outros quatro _ sem arma de fogo, o potencial de lesividade teria sido outro. Aumentar a circulação desse instrumento significa incrementar os crimes violentos que atingem e aterrorizam todas as classes e espaços sociais, em especial violência contra a mulher e assaltos.
No caso da escola, tanto as públicas quanto as privadas necessitam investir em políticas de prevenção à violência para que tragédias como as de Goiânia, Realengo, Columbine não se repitam e não sirvam de inspiração. É fundamental usar o conhecimento para resgatar a vida e os laços de solidariedade, como se almeja com as Cipaves no Estado _ pois esse é o melhor instrumento contra a assombrosa letalidade dos nossos dias. A escola nos mostra que o problema é grave, persistente e pode piorar se nada for feito. Aprendamos de uma vez. Chega de velarmos os nossos jovens!