* Autor e consultor em marketing e propaganda
A situação é que nas áreas de marketing e publicidade tem ocorrido uma constante multiplicação de problemas e oportunidades, bem como de soluções e alternativas, fazendo a realidade dos mercados chegar a níveis de complexidade nunca vistos.
No momento da decisão, em boa parte dos casos a diferença não está mais entre as alternativas ruins e as boas, ou as boas e as ótimas, mas pode estar entre diferentes graus de ótimas.
Isso é mais e mais comum no mercado, que ainda não desenvolveu metodologias para dar maior suporte lógico e racional para os processos decisórios que são demandados com elevada frequência e envolvendo crescentes volumes de recursos.
Para complicar um pouco mais as coisas, vivemos uma era transformadora, que abraçou a "causa" de updates e upgrades permanentes, colocando todos em uma maratona sem linha de chegada.
Outro complicador adicional é que vivemos um movimento no qual marqueteiros e publicitários estão mais e mais pensando e agindo como se fossem membros de times, a favor ou contra algumas soluções tradicionais e novas.
Essa atitude não está ajudando nada, ao contrário, está atrapalhando bastante a análise para compreender as circunstâncias e os problemas, bem como fazer a reflexão a respeito da melhores alternativas e a decisão sobre elas.
Falta um certo distanciamento brechtiano para muitos profissionais e equipes, que deveriam fazer um esforço adicional para adotar uma postura de neutralidade diante das plataformas e mídias, escapando dessa armadilha de agir como torcedores de uma solução ou outra.
Esse distanciamento, porém, não pode ser confundido com frieza e avaliações exclusivamente racionais. Pois tanto o marketing como a publicidade requer uma abordagem emocional, capaz de somar a percepção sensorial e o feeling à lógica.
Avaliações e decisões puramente racionais tendem a gerar resultados baixos por falta de diferenciação e pouca capacidade de impactar e motivar os consumidores.
Mas a opção pelo oposto, do puramente emocional, também não é indicada, pois é fundamental prever com alguma lógica os possíveis resultados esperados e não confiar exclusivamente na sorte.