Após ter discorrido, há duas semanas, sobre os diversos cuidados e a relevância de avaliar as agências, entro no assunto de seleção de uma nova. O primeiro ponto a ser considerado é que para um anunciante já estabelecido partir para uma nova agência deve ser o último movimento a ser feito, após avaliar e discutir as relações existentes e se fazer sérias tentativas de renovar as bases do atendimento até então pactuado e praticado com a agência presente.
Outro ponto importante é ter a consciência de que se trata de avaliação e decisão mais emocional e baseada em intuição do que em processos racionais
Quando fica evidenciado que se deve buscar uma nova agência para se lançar uma nova marca, recuperar uma com problemas ou maximizar o retorno das que estejam abaixo de seu potencial, uma série de cuidados e procedimentos devem ser feita com muita consciência pelo anunciante, pois a chance de errar nesse processo de seleção é bastante elevada, tanto por miopia dos que estão selecionando como de prestidigitação dos que estão se oferecendo.
Entre as "regras básicas", infelizmente nem sempre respeitadas, estão a busca de culturas e visões estratégicas comuns entre clientes e agências, de certa lógica entre a relevância do volume da conta com as dimensões da agência, de um histórico de experiências e de estruturação de competências e, é claro, do entendimento da agência sobre os caminhos da marca.
Entre os perigos mais comuns a serem evitados, mas que se mostram bem mais resilientes do que seria razoável após tantas constatações de seu nefasto potencial, estão os mecanismos de concorrência através de campanhas especulativas e de rebaixa de preços, a ilusão do canto de sereia de promessas evidentemente superdimensionadas e a crença irracional de que a nova agência fará tudo o necessário para o sucesso da marca, sem que o cliente seja corresponsável pelos erros e acertos da jornada,
Outro ponto importante é ter a consciência de que se trata de avaliação e decisão mais emocional e baseada em intuição do que em processos racionais, capazes de serem inseridos em alguma metodologia técnica ou mecanismo lógico. Estes elementos devem ser considerados e levados em conta, evidentemente, mas não podem se impor sobre aqueles _ uma vez que a publicidade é mais arte do que ciência, mais talento criativo do que método.