* Mestre em Gestão Empresarial
Uma revolução de relacionamentos está em andamento. Tanto nos vínculos interpessoais como em novos formatos de consumo. O conceito da disrupção está por trás dessa insurreição.
A disrupção ocorre quando são disponibilizadas inovações que oferecem produtos e processos mais acessíveis e criam um novo mercado de consumidores, desestabilizando empresas líderes. Conceitos como relevância, significado, pertinência, acessibilidade, mobilidade, valor e tempo adquiriram prioridade na vida privada e profissional.
O desenvolvimento tecnológico proporcionou que muitos deslumbrassem a limitação ou exclusão de intermediários nos processos, reduzindo custos e tempo. O envolvimento das pessoas para disseminar as inovações, e se beneficiar ainda mais com elas, incentivou o crescimento de muitos negócios, que conquistaram importantes fatias de mercado dos grandes concorrentes. Isso ocorreu na comunicação, entretenimento, transporte, segurança, alimentação, consumo, turismo.
Agora, os relacionamentos se dão, muitas vezes, com íntimos desconhecidos. O corte de intermediários e o consumo de serviços e produtos que foram transformados radicalmente geraram essa situação. O foco hoje privilegia segurança, conveniência, rapidez, agilidade, conforto, abrangência.
Não é somente a concorrência das novas tecnologias o que tem minado vários segmentos de mercado. São as próprias empresas que ficaram míopes em sua visão mercadológica. Erraram muito.
Não perceberam as novas relações do mercado. Não entenderam a necessidade de acelerar a percepção, sendo cúmplice do foco do cliente e se antecipando, muitas vezes, a ele. Não levaram em conta que criar uma intimidade mercadológica é o que viabiliza o conhecimento para as novas tendências de consumo e de desejos.
Hoje, convivemos diariamente com íntimos desconhecidos. Temos centenas ou milhares de íntimos desconhecidos nas redes sociais, íntimos motoristas que sabem de nossos destinos, aplicativos que conhecem nossos gostos gastronômicos e musicais e que conhecem com quem, quando e como nos comunicamos.
O desafio será saber harmonizar a vivência com o íntimo desconhecido que acompanha cada um de nós. Todos queremos e precisamos sentir que essas inovadoras relações objetivam trazer maior satisfação e reconhecimento. Mas isso é ainda mais disruptivo.