A confirmação do investimento de R$ 1,4 bilhão da General Motors (GM) em Gravataí acena com perspectivas favoráveis para um Estado enredado em excesso nas dificuldades das contas públicas. Demonstra também que, em meio à crise, o poder público gaúcho mostrou-se hábil para negociar mudanças adequadas nas regras do Fundopem, habilitando-se a vencer a disputa com o México e com São Paulo. Agora, o Rio Grande do Sul está diante do desafio de melhorar sua competitividade. Um pressuposto para avançar nessa área é a garantia de recursos que possam assegurar uma melhor infraestrutura.
O maior anúncio de investimentos no Estado desde o aprofundamento da crise em âmbito nacional vai atrair também uma série de fornecedores para a região, contribuindo para elevar a economia gaúcha a um novo patamar. Sem deixar de lado suas vocações tradicionais, entre as quais se incluem a força de seu agronegócio, o Estado fica em melhores condições de diversificar seu perfil econômico. Em âmbito nacional, a reforma trabalhista surge como um aliado importante nesta etapa, por acenar com mais facilidades para contratações. Mas o Estado também precisa fazer sua parte.
O setor público gaúcho, hoje, está sem condições de pagar sequer a folha do funcionalismo em dia, e na dependência de um acerto em âmbito federal para assegurar uma folga nos desembolsos da dívida. Por isso, precisa encontrar formas de fazer com que importantes obras de infraestrutura sejam levadas adiante. É o caso, entre tantas outras, da recuperação de rodovias importantes para escoamento, da conclusão da segunda ponte do Guaíba, da ampliação do Aeroporto Internacional Salgado Filho, de melhorias no porto de Rio Grande e de obras de ampliação de geração energética.
O anúncio desse importante empreendimento precisa motivar o Rio Grande do Sul a correr contra o tempo para atualizar sua infraestrutura, permitindo que o setor privado possa operar com menos custos. O Estado precisa recuperar sua capacidade de investimento para impulsionar melhorias, pressionando em Brasília no caso de obras federais e apostando em alternativas como concessões e parcerias público-privadas.