* Secretaria de Desenvolvimento Social, Trabalho, Justiça e Direitos Humanos
Sabemos que os problemas da segurança não serão resolvidos somente com mais policiais. Mas também com políticas de prevenção. Precisamos construir, com o que está ao nosso alcance, uma cultura de paz. E o melhor caminho para isso é a educação. Temos que estimular o respeito e a tolerância desde a infância. Quanto mais cuidarmos das crianças de hoje, menos problemas teremos com os jovens e adultos de amanhã.
Mas as políticas não podem ser impostas, e sim inclusivas. Crianças e adolescentes só se animam quando se sentem verdadeiramente envolvidos. E assim os resultados aparecem. Educar para e pela paz é uma tarefa de todos, em especial da família e da escola.
As Cipaves são um exemplo de que essa integração funciona. As Comissões Internas de Prevenção a Acidentes e Violência Escolar possibilitam o diálogo aberto sobre violência, drogas, bullying e preconceito, entre outros temas. A comunidade escolar identifica os problemas, busca soluções viáveis e, assim, consegue atitudes de transformação. Alunos, professores, pais, funcionários, policiais, promotores e defensores públicos. Uma grande união pela paz.
As comissões já existem em 2.325 escolas públicas gaúchas (90% do total). Estamos diante de um dos mais abrangentes programas sociais que o RS já teve – fruto da cooperação e não do assistencialismo, da necessidade e não da imposição, das soluções construídas e não das fórmulas prontas.
Como mãe e educadora, sempre acompanhei com muito interesse o desafio de orientar os jovens. A experiência das Cipaves nasceu em Caxias do Sul, na administração do então prefeito José Ivo Sartori. Vendo resultados concretos e transformadores, apresentei, em meu mandato como deputada estadual, uma lei que instituiu a Cipave como política de Estado. Ao chegarmos ao governo estadual, ativamos o programa, junto com a Secretaria da Educação. E vimos a mobilização cada vez mais crescente de escolas e apoiadores.
O Rio Grande do futuro nasce em nossas escolas. A boa convivência repercute no futuro dos alunos. Faz com que os estudantes e a comunidade cuidem mais e melhor de tudo e de todos que os cercam. Os desafios são gigantescos, mas o pouco de muitos produz mudanças profundas e duradouras. A paz há de vencer.