* Presidente do Sindicato do Ensino Privado do RS (Sinepe/RS)
O problema da educação em nosso país não é falta de dinheiro, mas sim a falta de gestão. É necessário um melhor planejamento, pois recursos existem. A novidade é que uma brisa de boas ideias está soprando de Brasília, passando por cima do lodaçal da capital federal.
Devemos começar saudando a alteração feita na composição do Fórum Nacional de Educação, retirando do órgão entidades que lá jamais deveriam ter estado. Mas isto não é tudo. O governo propôs um novo Ensino Médio. Não se sabe se ele resolverá todos os nossos problemas, mas é certo que, fazendo como sempre fizemos seria impossível obtermos resultados diferentes. O MEC lançou também as Bases Nacionais da Educação Infantil e do Ensino Fundamental. Ótimo, vamos ter primeiro uma base, para depois arregaçar as mangas e colá-la em prática. Além disso, temos a volta do Pronatec, agora rebatizado de Mediotec. Por fim, há menos de uma semana, foi regulamentado o ensino a distância para a educação superior, com regras claras e que valorizam a qualidade da educação.
Entretanto, nem tudo são boas notícias, pois o Fies 2018, que começa com uma excelente ideia de juros zero para os alunos mais carentes, não vai acontecer. O governo simplesmente quer, em primeiro lugar, tabelar o valor das mensalidades, para em seguida exigir que as universidades paguem 25% da conta e por fim, repassar para as instituições de ensino todo o risco da inadimplência. Essa proposta não terá adesão das instituições de ensino superior. É muito ruim quando um programa como o Fies é mudado ao sabor do vento. Precisamos de regras perenes e que atendam não só ao interesse do governo, mas também das instituições do ensino, que receberão os alunos.
Algumas correções de rumo são necessárias, mas é preciso reconhecer que a equipe que está à frente do Ministério da Educação está apresentando alternativas. Apesar de toda a crise ética e moral, a educação, prioridade nacional, parece estar encontrando o seu caminho, e se isto acontecer, é possível acreditar em um futuro melhor.