Respeito à tradição e eficiência de gestão. O Mercado Público de Porto Alegre merece ambos. Por isso, o debate sobre a nova modelagem de um dos cartões-postais mais relevantes da cidade precisa de atenção. O prédio de quase 150 anos representa um dos grandes desafios da gestão de Nelson Marchezan. Construir pontes entre passado e futuro.
Está na hora da gestão pública se libertar de modelos antigos, pautados pelo ranço e pela miopia ideológica. Nosso mercado precisa de uma operação sustentável de longo prazo. É notório que o poder público, sozinho, não tem condições de assegurá-la.
Nesse contexto, a possibilidade de parcerias público-privadas surge como uma alternativa viável, desde que garanta rentabilidade aos permissionários e resulte na melhora dos serviços prestados à população, com investimentos em segurança interna e no entorno, na construção de um estacionamento e na extensão das atividades aos domingos. Esse é o caminho para incrementar também o potencial turístico da área.
O importante, no caso, é avaliar com cuidado como o Mercado Público funciona hoje e como pode funcionar. O papel da prefeitura, extensivo a outras áreas nas quais serão buscadas parcerias, precisa se restringir à definição de regras para o funcionamento e à fiscalização dos serviços. O restante pode e deve ser feito por quem entende de gestão e tem como colocar esse conhecimento em benefício da coletividade.