O martírio enfrentado diariamente por usuários da BR-116, relatado na edição de fim de semana de Zero Hora, chama a atenção para o custo humano do atraso na duplicação da rodovia no trecho entre Eldorado do Sul e Pelotas. O policial rodoviário habituado a enfrentar acidentes graves devido a colisões frontais e o caminhoneiro familiarizado com os perigos da pista, citados na reportagem, são apenas alguns exemplos significativos dos milhares de danos pessoais resultantes do descaso com essa importante via de acesso ao Sul do Estado. E, com seus dramas, reforçam a necessidade de líderes gaúchos intensificarem os esforços para a superação do impasse que, hoje, mantém a continuidade das obras como uma incógnita.
O Rio Grande do Sul não tem como se conformar que uma rodovia tão essencial para o deslocamento de pessoas e o transporte de cargas, em grande parte direcionadas a Rio Grande, caia no esquecimento. A indignação é maior ainda pelo fato de que o atraso não se deve apenas à falta de verbas orçamentárias, encurtadas pela crise. A paralisação do projeto é resultado também de má gestão, como se constata pelas sucessivas interrupções nas obras, que já deveriam estar concluídas há muito tempo.
A situação de colapso enfrentada cotidianamente é uma razão consistente para que líderes gaúchos das áreas política, comunitária e empresarial fortaleçam a luta pela retomada imediata da duplicação. É inadmissível que o Estado continue perdendo tantas vidas e registrando tanto prejuízo financeiro pela incapacidade dos gestores públicos de concluírem um empreendimento essencial na área de infraestrutura.