Sob o pretexto de respeitar a autonomia dos Estados e fortalecer o princípio federativo, o presidente Michel Temer decidiu retirar servidores estaduais e municipais do projeto de reforma da Previdência. Foi um recuo surpreendente e desconcertante, já que um dos pontos basilares da proposta era a equidade de tratamento dos trabalhadores públicos e privados. Com a decisão de deixar de fora os servidores dos Estados e municípios, o governo procura se livrar da pressão das corporações que levaram milhares de pessoas às ruas na manifestação do último dia 15, assustando parlamentares. Mas está transferindo aos governadores e prefeitos o desgaste de mexer nas aposentadorias dos servidores, o que será particularmente doloroso para as unidades federativas que enfrentam maiores dificuldades financeiras.
Editorial
Passagem de abacaxi