Os free shops nacionais são legais e logo se tornarão realidade. A Lei 12.723/2012, que alterou o regime aduaneiro, já foi regulamentada e a instalação de lojas francas no lado brasileiro levará desenvolvimento e emprego para as regiões de fronteira.
Os free shops atraem um grande número de turistas anualmente. Lá, encontram uma infinidade de produtos, raros em lojas nacionais, mesmo nas grandes cidades do país. Além disso, geram receitas consideráveis à rede de hotelaria, alimentação e entretenimento. O Paraguai é um dos mais importantes polos de compras do globo, assim como Hong Kong. No Uruguai, os free shops surgiram na década de 80 como uma ação do governo que tinha como objetivo atrair e movimentar o turismo. Com o sucesso de Rivera, o governo uruguaio espalhou por várias cidades fronteiriças, como Aceguá, Artigas e Chuy, criando novos hábitos entre consumidores brasileiros, não apenas da fronteira, mais de todo o Sul do Brasil. A Argentina seguiu pelo mesmo caminho, instalando grandes shoppings na fronteira com o Brasil. Em Puerto Iguazú, divisa de Foz do Iguaçu-PR, está localizado um dos maiores, vendendo produtos aos turistas que visitam o Paraguai e também Itaipu e as Cataratas do Rio Iguaçu.
O Rio Grande do Sul em especial acumula grandes perdas econômicas, sociais e estruturais. Os municípios não conseguem arrecadar renda suficiente para suprir as necessidades da população, as taxas de desemprego são assustadoras. O município de Jaguarão, por exemplo, chegou a ter 63% da população ativa desempregada conforme dados do CDL e cerca 80 mil pessoas abandonaram os municípios gêmeos com o Uruguai nos últimos anos. Segundo cálculos da Fecomércio, mais de US$ 2 bilhões anualmente deixam de movimentar a economia gaúcha.
Com a implantação dos free shops no lado brasileiro, iremos corrigir as desigualdades econômicas e sociais das cidades gêmeas, restabelecendo um processo de desenvolvimento, com emprego, renda e qualidade de vida a população guardiã da fronteira brasileira.