É sensata a decisão do governo de alterar o modelo de concessão de rodoviárias, criando agências mais simplificadas, que funcionem em estabelecimentos comerciais já existentes, sem a necessidade de infraestrutura onerosa e incompatível com a movimentação econômica. Depois de cinco anos de tentativas frustradas com licitações que não encontram interessados, a sugestão da consultoria contratada para elaborar plano diretor de transporte parece apropriada à nova realidade.
A verdade é que a procura por ônibus intermunicipais diminuiu, resultado de mudanças de hábito da população e também da disseminação de veículos particulares. O fechamento de 160 rodoviárias nos últimos anos não deixa dúvida de que o negócio da venda de passagens tornou-se insustentável nos moldes em que vinha sendo realizado. Agora, com a criação de agências rodoviárias que possam operar em estabelecimentos comerciais já instalados, como farmácias e lotéricas, a atividade tende a se tornar viável novamente.
Caberá, porém, ao poder público providenciar a infraestrutura mínima para os usuários, além de fiscalização eficiente sobre os concessionários para que o público não seja negligenciado e desrespeitado, como ocorre atualmente em muitos municípios. Sabe-se que as prefeituras, a exemplo do governo estadual, também estão fragilizadas pela crise econômica e pela baixa arrecadação, mas acompanhar de perto o trabalho dos concessionários e oferecer locais adequados para embarque e desembarque de passageiros não são investimentos tão onerosos. É a parte que lhes cabe.