Adotado por cerca de 30 países no mundo, o modelo eleitoral da escolha por lista fechada, pela qual os eleitores votam nos partidos políticos em vez de escolherem candidatos avulsos como ocorre atualmente no Brasil, cabendo às legendas predefinir a ordem dos votados, passou a ser defendido com fervor pelos investigados na Lava-Jato. Fora desse contexto, o sistema do voto em lista até faria sentido, para fortalecer e assegurar maior coerência ideológica aos partidos. No momento atual, porém, a proposta de mudança para esse sistema – não por acaso defendida pelos presidentes da Câmara e do Senado – soa como um escancarado movimento de autodefesa de quem teme a investigação. Além disso, o modelo facilitaria a reeleição dos atuais parlamentares, evitando a perda de prerrogativa de foro de alvos da Lava-Jato.
Editorial
A armadilha da lista fechada
O ex-ministro do STF Ayres Britto diz que o modelo de lista fechada é incompatível com a Constituição e equivale a substituir a democracia pela partidocracia.