O ano de 2016 começou com uma crise política, econômica e moral, mas que reforçou a importância da democracia e de instituições sólidas. Entramos em 2017 com mais uma crise, a institucional, uma briga dos poderes pelo poder, que pode colocar o país à deriva por mais tempo.
Como brasileiros, ficamos orgulhosos de ver que o Brasil ingressou para valer num processo de combate e punição dos corruptos, um mal enraizado no sistema. Ainda que contribua para a piora do cenário e das perspectivas de um novo ano, a iniciativa é fundamental para melhorar a governança e, principalmente, a credibilidade. Os grandes indicadores apontam para um cenário nebuloso, que exigirá ainda maior rigor de gestores públicos e privados na administração de suas obrigações.
No âmbito internacional, o presidente da maior economia do mundo, os EUA, acena com algumas incertezas com as políticas de comércio internacional e econômica. A China desacelera, ainda não se sabe em que ritmo, e, na Rússia, o baixo preço do petróleo limita o crescimento. Já a Inglaterra, o Japão e a Zona do Euro tendem a manter as medidas de política monetária expansionista para reativar o crescimento. Sem comentar sobre uma variável que tem impactado principalmente a Europa, os refugiados e imigrantes, além dos ataques terroristas, que colocam políticas na contramão do mercado livre.
Enquanto isso, na terra descoberta por Cabral, convive-se em um ambiente recessivo por conta de uma das mais graves crises de confiança, fruto dos descalabros políticos nunca antes vivenciados por este país. Resultado: um 2017 inócuo.
Se os nossos dirigentes e políticos dos três níveis de governo tiverem a consciência da gravidade do quadro e dedicarem-se ao que realmente interessa ao Brasil, terá chegado a hora de finalmente conjugar verbos como diagnosticar, aprovar, realizar, crescer e fazer acontecer em questões fundamentais que vão destravar a economia. Só assim terão dado uma resposta decente e efetiva para outros temas pontuais como emprego, segurança, governabilidade. Isto requer muito trabalho, instituições funcionando e um governo capaz de sustentar seu mandato com ações e reformas rápidas. Só então comemoraremos um 2018 melhor.