É indiscutível, o ano de 2016 foi incomum. Começamos com a entrada em vigor do Estatuto do Deficiente, que prevê a prisão para o diretor de escola que negar a matrícula de um aluno com deficiência. Isto mesmo, o diretor da escola pode ser preso! No final deste mesmo ano, o presidente do Senado se negou a cumprir uma decisão de nossa mais alta corte. Vejam só, enquanto diretores de escolas podem ser presos, senadores não precisam cumprir decisões judiciais. Ainda na área política, tivemos vários prefeitos eleitos que perderam para a soma dos votos nulos, brancos e abstenções. É importante que se ouça o recado das urnas! Não desacredito na política e tenho convicção de que é através dela e somente com o exercício da democracia que vamos colocar nosso país nos eixos. Aliás, vida longa à Lava-Jato! Acredito que é o desejo de todo o povo brasileiro para 2017.
Na área da educação, tivemos a proposta de um novo Ensino Médio, com mais liberdade para as escolas e possibilidade da criação de um currículo mais atrativo para nossos jovens. Espero que a Câmara dos Deputados não mutile esse projeto, assim como fez com as dez medidas propostas pelo Ministério Público contra a corrupção. Aliás, de normal em 2016 somente o atraso do MEC no repasse de valores referentes ao Fies às nossas universidades. Por fim, é fundamental focarmos nossos esforços em entender e dar a devida importância ao resultado do Pisa, que apontou que a maioria dos adolescentes não consegue interpretar um texto e tem dificuldades com as quatro operações matemáticas.
Foi um ano difícil e de muitas perdas. Tivemos uma mãe brutalmente assassinada quando buscava seu filho na escola, o que deixou mais clara, como se precisasse, a crise na segurança pública, que é só a ponta do iceberg da crise de um Estado falido. Apesar de tudo o que ocorreu no ano que termina, espero e acredito em um 2017 melhor, pois se perdermos a capacidade de acreditar, de ter esperança, perderemos tudo. Que tenhamos liberdade para oferecer a escola que nossa sociedade merece, sem os velhos ranços e apego a ideologias.