A rejeição da Proposta de Emenda Constitucional que pretendia alterar o critério de repasse do duodécimo dos demais poderes humilha os servidores do Executivo e compromete o discurso do sacrifício compartilhado, que é base conceitual do projeto de reestruturação do Estado. Por mais que os parlamentares justifiquem seus votos, fica muito difícil para o cidadão gaúcho entender que os recursos orçamentários sejam distribuídos desigualmente na administração pública. Enquanto os funcionários do Executivo têm salários parcelados e veem colegas perdendo o emprego em decorrência da extinção de fundações e empresas públicas, integrantes do Legislativo, do Judiciário, do Ministério Público, da Defensoria Pública e do Tribunal de Contas ficam protegidos da crise financeira sob o pretexto, ilógico para o caso, de autonomia e independência entre os poderes.
Editorial