Trump foi eleito. Apesar da importância histórica do momento, esse não é um fato isolado. Macri também foi. Dilma, impedida, e Maduro está para cair. O Brexit aconteceu. Doria elegeu-se em primeiro turno, de forma inédita, e Marchezan pôs fim a um ciclo de 28 anos em que apenas dois partidos ocuparam a prefeitura. O momento político está mudando.
As pessoas estão buscando alternativas às dinastias políticas que, por muitos anos, trabalharam na construção de Estados corporativistas que privilegiaram grupos de interesse em detrimento da sociedade. O Ocidente não precisa se reinventar, precisa se redescobrir.
As crises econômicas sucessivas que temos vivido são resultado direto de um movimento iniciado há muitos anos e que sutilmente buscou minar a base de valores que define a Civilização Ocidental. A intervenção na economia, justificada pelo Estado do bem-estar, e na vida das pessoas, defendidas pelo politicamente correto, tiveram um efeito combinado de enfraquecer as instituições-chave para o nosso desenvolvimento. O mercado foi deixando de ser livre, as leis, de serem cumpridas, e a democracia, de ser representativa.
Enfim, as pessoas cansaram-se das promessas vãs, belas no papel e vazias na realidade. Não temos como saber ainda que tipo de presidente Trump será. A personagem excêntrica criada para as eleições provavelmente dará lugar a um governo mais equilibrado que se poderia prever, quem sabe até mais liberal (ao menos internamente). Mais do que grande, como defendido no slogan de campanha, a América precisa voltar a ser livre. Um novo tempo se inicia, mas nada está decidido.