Muitos apontam os Jogos Olímpicos e Paraolímpicos como o ápice de um ciclo de megaeventos no Brasil. Acredito que foram, na verdade, o ponto de partida para consolidar o turismo como importante alavanca de desenvolvimento econômico.
Todo o esforço dedicado à organização da Rio+20, Jornada Mundial da Juventude, Copa do Mundo e Olimpíada só fará sentido se transformarmos o legado de imagem em ganhos reais para a população por meio do setor de viagens. De nada adianta 88% dos estrangeiros dizerem que pretendem voltar ao Brasil se não criarmos condições para de fato retornarem.
Nos impusemos o desafio de sediar os maiores eventos do planeta, mas destinamos apenas US$ 18 milhões para promoção internacional. A título de comparação, México, Colômbia e Argentina investem US$ 490 milhões, US$ 100 milhões e US$ 60 milhões, respectivamente.
Buscamos atrair investimentos, mas nosso mercado é pouco amigável ao setor produtivo. Conforme o relatório de competitividade do turismo do Fórum Econômico Mundial, entre 141 países analisados, o Brasil está na 126ª posição no quesito ambiente de negócios.
Assumo o Ministério do Turismo com o desafio de manter o diálogo com os governos locais e federal, Congresso Nacional e empresários do setor. Só com o envolvimento de todos teremos terreno favorável para transformar todo o nosso potencial turístico em desenvolvimento. Vou me dedicar com afinco a encontrar soluções inovadoras para alavancarmos o setor de viagens.
O mercado interno a ser incluído no turismo nos dá um pouco da dimensão do nosso potencial. No último mês, a vontade do brasileiro de conhecer o país atingiu o maior percentual do ano, 24,3%. O dado representa uma alta de 8% em relação a setembro de 2015. O mesmo estudo revelou que 25,3% dos que vão viajar escolherão o Sul do país. A região ultrapassou o Sudeste na intenção de viagem, perdendo apenas para o Nordeste.
São brasileiros que querem conhecer mais de perto nossa cultura e nossos atrativos. Não podemos perder essa oportunidade. Essa é a hora e a vez do Turismo.