Escrevo sobre algo altamente criativo, mas pérfido em sua intenção. As modelagens que a cada dia são denunciadas na mídia e que visam lesar a nossa sociedade. Mensalão, Petrolão, Lava-Jato, Greenfield, entre outros. A essência destes modelos é a mesma. Quando em administração se fala de modelo de negócio, dizemos que trata da concepção estratégica da forma de atuação de uma organização, contendo os aspectos relevantes ao sucesso do negócio.
Os exemplos citados têm definidos os seus modelos de negócio. As organizações criminosas que se instalaram no país não têm CNPJ, mas têm pessoas, estratégias, estrutura e planos. O sucesso do negócio é medido pelos resultados alcançados. Para estas organizações criminosas significa obter recursos ilícitos via tráfico de influência, superfaturamento, caixa 2, recursos para o partido, enriquecimento ilícito, manter a continuidade no poder, entre outros. Cada modelagem tem por trás uma engenhosa concepção. Felizmente esses modelos não têm se perpetuado.
O que falta? Em administração há dois outros aspectos que devem ser considerados. O primeiro trata do sistema de gestão que é a operação de um conjunto de elementos inter-relacionados visando alcançar os resultados do modelo de negócio. Operar um modelo de gestão numa organização lícita é complexo. Imaginem numa ilícita. Apenas para ilustrar vejam o exemplo na série Breaking Bad. O segundo aspecto trata das auditorias externas que visam à garantia da conformidade das práticas do sistema de gestão, incluindo o atendimento às regulamentações.
Numa organização lícita os dados e informações são abertos à auditoria, havendo mesmo assim problemas em algumas. Numa organização ilícita não há auditoria. Mas felizmente temos o Ministério Público e a Polícia Federal investigando, identificando falhas no sistema de gestão destas organizações e, puxando o fio da meada, desbaratando o crime organizado. Gestão é algo complexo. Agradecemos a incompetência dos meliantes. Ainda é preciso fortalecer as instituições fiscalizadoras e o apriMORO da legislação antes que os contraventores aprendam a gerir seus criativos modelos.
