Não passa dia sem que os habitantes de Porto Alegre e das grandes cidades gaúchas, especialmente da Região Metropolitana, sejam chocados por algum crime brutal, muitas vezes praticado à luz do dia e em locais de grande frequência de público. No domingo, outra mãe foi assassinada em Canoas, em circunstâncias que ainda estão sendo investigadas. Na madrugada do mesmo dia, uma jovem foi morta e quatro pessoas ficaram feridas quando dois delinquentes dispararam contra o grupo na frente de uma boate, em Caxias do Sul. E ontem esse cotidiano de horrores teve um momento ainda mais estarrecedor, com a execução a tiros de um jovem de 18 anos no terminal 2 do aeroporto Salgado Filho, lotado de passageiros.
O mais assustador dessa sequência interminável de crimes é a constatação de que não existe lugar seguro para os cidadãos apavorados com a violência. Bancos são assaltados todos os dias, escolas são invadidas por criminosos, veículos continuam sendo roubados e furtados, comerciantes de rua e mesmo aqueles que atuam no interior de shoppings veem-se obrigados a contratar vigilantes particulares para dar alguma tranquilidade a seus clientes. A polícia, por circunstâncias bem conhecidas, raramente está no lugar certo ou chega a tempo de evitar o crime. Um caso exemplar desta ausência ocorreu na zona sul da Capital, na manhã de domingo, quando populares detiveram um ladrão que recém assaltara uma padaria, mas tiveram que soltá-lo depois de quase uma hora de espera pela Brigada Militar, que alegou não haver viatura naquele momento para atender à ocorrência.
Ao que tudo indica, os gaúchos terão mesmo que recorrer ao Batman, como uma vez sugeriu um oficial da BM. Nem a presença da Força Nacional de Segurança em Porto Alegre, nem a troca de comando na Secretaria da Segurança parecem ter surtido algum efeito no sentido de prevenir, inibir ou conter a criminalidade que assombra o cotidiano da população.