As ruas desconhecidas de Porto Alegre com as quais Mario Quintana sonhava, há tempos já não são mais as mesmas. A cidade que era referência para o Brasil em qualidade de vida e que ostentava altos níveis de segurança e empreendedorismo ficou para trás. Ano após ano, assistimos à situação piorar. Hoje, o medo de sair às ruas impera e negócios e pessoas abandonam a cidade em busca de ambientes mais acolhedores.
O cenário em que vivemos é fruto também de nossas escolhas. Cada ciclo de eleições é uma nova oportunidade para os cidadãos, por meio do voto, escolherem o caminho que a cidade tomará pelos próximos anos. O voto é a ferramenta mais básica de participação no processo democrático e endossa não apenas candidatos, mas, principalmente, suas ideias e projetos.
Afinal, não adianta pregarmos uma cidade inovadora e votarmos pela proibição do Uber. Não adianta a população clamar por segurança e saúde e a prioridade do governo ser a manutenção do status quo. As palavras não podem se perder no ar, e cabe a cada um de nós acompanhar nossos representantes e cobrar coerência nas suas posições.
Qualquer viagem, hoje, é um choque de realidade. Mesmo que por poucos dias, a experiência de caminhar nas ruas sem medo, em cidades limpas e nas quais a liberdade das pessoas é respeitada, nos mostra o quanto deixamos para trás. Ao votar, pense na cidade que você estará ajudando a construir. Pense no que é importante, estude as ideias dos candidatos e faça uma reflexão sincera se seu voto vai contribuir para avançarmos na direção correta.
Porto Alegre pode voltar a ser sinônimo de uma vida melhor, a cidade das ruas que encantavam poetas e dos empreendedores que queriam mudar o mundo. O caminho é longo e o papel da população é maior do que se imagina. Votar de forma consciente é, de fato, apenas o primeiro passo.