Aos poucos, algumas instituições brasileiras vão dando sinais de amadurecimento. Cargos não protegem mais pessoas e a população se uniu no repúdio à corrupção. "Duela a quien duela", como diria Collor de Mello. Mesmo assim, quando se fala em política, muitos ainda se orgulham da sua própria desinformação. É como se, de alguma forma, agir assim lhes protegesse da promiscuidade do cenário atual, no qual escândalos estampam as manchetes diuturnamente.
Nada mais longe da verdade. Evitar de participar do processo político não só abre espaço para que o Estado seja dominado por pessoas com interesses escusos, como também deixa sem apoio os bons políticos que lutam por um Brasil melhor. Participar do processo não significa obviamente que todos devam se tornar candidatos, mas que entendam o seu papel no ambiente democrático e o desempenhem ativamente.
O sistema, de fato, não ajuda. O modelo representativo direto vigente no nosso país, com coligações (especialmente em eleições proporcionais), campanhas curtas e com a existência do Fundo Partidário, beneficia o status quo e dificulta a renovação de lideranças. A adoção de um modelo distrital, misto ou puro, com a existência de primárias, a possibilidade de candidaturas independentes e o fim de alianças eleitorais, certamente aproximaria os representantes da população, tornaria as campanhas menos dispendiosas e o modelo como um todo mais eficiente. Mas esse é um passo futuro. Para chegarmos lá, é fundamental elegermos bons políticos. E, em poucos dias, teremos mais uma oportunidade de fazê-lo.
Não podemos mais nos dar ao luxo de pretendermos ser uma sociedade apolítica. A democracia está longe de ser uma entidade impessoal. O seu funcionamento depende diretamente do envolvimento dos cidadãos. Conheça candidatos e propostas, envolva-se, debata, reflita, vote e cobre. Se queremos mesmo um Brasil melhor, é nosso dever atuar no desenvolvimento das instituições. À Política!