As eleições para prefeitos municipais e vereadores deste ano são imprevisíveis, ou seja, todos os candidatos estão igualmente habilitados a vencer o pleito do dia 2 (primeiro turno) e 30 de outubro (segundo turno), independentemente do que as pesquisas de opinião revelam ou ainda irão revelar até o momento da votação.
Contudo, muito embora não seja possível predizer os vencedores, é inegável que as denúncias e as investigações decorrentes da Operação Lava-Jato, assim como impactaram no processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff e na cassação do deputado Eduardo Cunha, também irão influenciar na decisão do eleitorado em outubro próximo.
Não se trata de defender a tese de que esse ou aquele candidato, ou esse ou aquele partido, sairão beneficiados ou prejudicados em virtude da Operação Lava-Jato. Trata-se, isto sim, de compreender que a Operação Lava-Jato não apenas influenciará a opção do eleitor, mas também deverá contribuir (se já não está contribuindo) para o seu aprimoramento, fazendo surgir um eleitor mais atento e que reflete bastante antes de digitar o seu voto na urna, pois ninguém melhor do que ele aprendeu, depois de tudo o que está vendo e ouvindo pelos noticiários da TV e dos jornais, que a crise econômica que fez desaparecer empregos e encarecer os juros, assim como os escândalos de corrupção que drenaram os recursos públicos hoje faltantes na segurança, na educação e na saúde, são consequência direta da atuação dos políticos que a sociedade escolhe para administrarem a cidade, o Estado e o país.
Portanto, além de provar a efetividade e a independência das instituições do país, a Operação Lava-Jato ainda proporciona esse precioso bônus à sociedade, conclamando o cidadão a exercer, também nas urnas, o papel de protagonista e responsável pelos feitos do governo que elege.