Usamos o maior evento esportivo do planeta para mostrar quem somos e, para o espanto de muitos e de nós mesmos, somos bons. Sim, temos defeitos e precisamos avançar. Mas nossos aspectos positivos superam nossas mazelas.
No turismo, ganhamos a disputa por espaços positivos na mídia mundial. No final das contas, a Olimpíada extrapola as arenas esportivas. Trata-se de uma jogada ousada de marketing, comprovada historicamente com o crescimento do turismo internacional de pelo menos 6% nos países que sediaram os jogos, como Estados Unidos e Espanha, que encaram o turismo como vetor estratégico da economia.
Sem ufanismo infundado ou complexo de vira-lata, também soubemos aproveitar a oportunidade. Mostramos a beleza do nosso povo. A simplicidade complexa da nossa cultura. A nossa liderança em alguns campos do conhecimento, como na produção e exportação de aviões. A responsabilidade de uma nação que se preocupa com o meio ambiente.
A abertura da Olimpíada, com custo 85% inferior ao da última edição, foi o clímax. Os fatos dos dias seguintes, como a Casa Brasil, com mais de 200 mil visitas apenas no período olímpico, e as medalhas de ouro de nossos atletas apenas deram sustentação à narrativa. Fomos honestos e nos mostramos tal como somos – com alguns defeitos e muitas virtudes.
O mundo gostou do que viu. Quase 99% dos turistas nacionais disseram que a viagem para o Rio atendeu plenamente ou superou expectativas. O índice de satisfação do público internacional superou 83%. Os maiores veículos de comunicação também se renderam ao Brasil, numa cobertura jornalística majoritariamente positiva.
Mas a história ainda não acabou. Falta um capítulo importante que retrata a garra do brasileiro sintetizada no desempenho dos atletas paraolímpicos. Mais uma vez, vamos despertar o interesse do planeta por este país que, apesar de tantos problemas, consegue ser potência mundial paraolímpica. Por isso, que venha a Paraolimpíada.