O atentado terrorista islâmico de Nice choca profundamente! As imagens são aterradoras e a sua forma de operação mostra uma forma de mal, o mal absoluto, que não aceita nenhuma interlocução. Sua única arma é a violência e o seu objetivo a morte.
Essa forma de terror islâmico configura uma cultura da morte, não somente avessa, mas contrária a qualquer forma de racionalidade. Aquilo que toda uma tradição greco-romana e judaico-cristã produziu é relegado ao lixo da crueldade, à mais nítida irracionalidade.
Na Avenida dos Ingleses, o terrorista usou como arma um caminhão que, em velocidade, avançou contra as pessoas, matando indiscriminadamente crianças e adultos, jovens e velhos, homens e mulheres. No zigue-zague da morte violenta, ninguém foi poupado.
Na mente terrorista, todos os que não seguem a sua fé devem ser literalmente aniquilados. O outro não faz parte do seu mundo, senão sob a forma do inimigo a ser suprimido. A alteridade não encontra nenhum espaço.
Contudo, infelizmente, não há aqui nenhuma novidade. Trata-se de um atentado terrorista que se segue a uma série de outros em Paris, na Bélgica, em Nova York, em Bangladesh, no Iraque e em Israel.
Neste último país, o uso de caminhões, ônibus e carros já vinha sendo utilizado, além, evidentemente, das facas que se tornaram "corriqueiras", em uma espécie de banalidade do mal. Qualquer pessoa é inimiga. Nice não é um caso único, mas um episódio de uma série.
Contudo, as reações são, segundo os casos, muito diferentes. Agora, há uma surpresa generalizada e uma condenação aparentemente unânime. Essa mesma unanimidade não aparece, porém, em outros casos, que ganharam entre nós vários adeptos de uma esquerdália patética, que vive no mundo de suas bobagens ideológicas. No entanto, essas bobagens, quando postas em prática, podem matar. São letais.
Em Nova York, o atentado contra as torres gêmeas do World Trade Center foi visto como uma reação ao imperialismo, atingindo o centro financeiro do capitalismo internacional. Muitos comemoraram.
Em Israel, o Hamas, que se filia à mesma tradição terrorista, coagindo a sua população sob a forma de um islamismo estrito, é também identificado a uma reação contra o "sionismo", essa forma de nacionalismo judaico, tão criticada por essa mesma esquerda.
Nesses casos, há toda uma afinidade ideológica entre o terror islâmico e essa esquerda afeita ao mal absoluto. A violência exerce sobre ela uma atração fatal.