O fechamento de empresas ou o definhamento de negócios, em razão da crise econômica, tem outro traço nefasto no desemprego. O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulga que, no trimestre encerrado em abril passado, a taxa de desocupação, de 11,2%, é a maior desde que teve início a pesquisa Pnad Contínua, em janeiro de 2012. Traduzindo os números frios em drama humano, significa que 11,4 milhões de pessoas estão alijadas do mercado de trabalho no país e impossibilitadas de prover seu sustento e de suas famílias. Para se ter uma ideia do tamanho do problema, esse enorme contingente equivale à população total do Rio Grande de Sul.
Urge a adoção de medidas que se oponham a esse processo corrosivo da dignidade humana, por parte dos governos, da iniciativa privada, das entidades de classe representativas de empregadores e empregados, das universidades, enfim, das forças vivas da sociedade. Da parte da Associação Comercial de Porto Alegre, propusemos, em conjunto com a ACRio (Associação Comercial do Rio de Janeiro), a criação de um fórum das associações comerciais das capitais para discutir os vários aspectos do desenvolvimento do comércio no Brasil.
A proposta foi recebida com entusiasmo pelo presidente da Confederação das Associações Comerciais do Brasil (CACB), George Pinheiro, em São Paulo, onde a entidade maior realizava o seminário O Futuro é Agora, na ACSP, uma iniciativa em busca de soluções para o país. Uma das deliberações dos empresários indica a busca de articulação do comércio com outros setores produtivos para, em audiência, entregar ao presidente interino, Michel Temer, uma agenda única de mudanças que beneficie a nação.
Comungamos com o pensamento de que o país precisa de um choque de competitividade. Equilíbrio fiscal, inserção no mercado global, reformas trabalhista, tributária, previdenciária e política parecem ser inadiáveis. Nesse cenário teríamos um Estado racional e uma iniciativa privada forte e geradora de empregos, revertendo o triste resultado da recente pesquisa do IBGE.