Duas delegações estrangeiras já se retiraram temporariamente da Vila Olímpica por causa de obras inacabadas e problemas estruturais nos alojamentos destinados aos atletas que disputarão os Jogos do Rio de Janeiro. O mau estado dos prédios da Vila dos Atletas provocou, inclusive, o afastamento do síndico das residências e a convocação de um verdadeiro exército de 630 operários para fazer os reparos e deixar tudo pronto até amanhã, que é o prazo final estabelecido pelo Comitê Rio-2016 para a conclusão das obras. Esses problemas, somados à piadinha de mau gosto do prefeito Eduardo Paes em relação aos australianos, caracterizam uma má largada para o grande evento esportivo que o Brasil organiza em meio à crise política e econômica.
Mas as falhas da organização e a gafe da autoridade, felizmente, não são erros irreparáveis. O prefeito já fez as pazes com a delegação australiana e o comitê organizador do evento promove um mutirão para consertar o que não funciona. Só nos falta corrigir a soberba de alguns personagens ilustres e ter um pouco mais de humildade para o reconhecimento de falhas. Veja-se, por exemplo, a manifestação do presidente do COB, Artur Nuzman, insistindo em que a Vila Olímpica do Rio é a melhor e mais bem montada de todas as Olimpíadas. Menos, senhor presidente. Com a má largada que o país deu para os Jogos Olímpicos, o melhor que temos a fazer é aceitar as críticas, pedir desculpas e tomar todos os cuidados para evitar outros contratempos aos visitantes. Garantir que a competição se desenvolva com segurança e conforto para todos é até mais importante do que alcançar um lugar honroso no quadro de medalhas.