Em recente manifestação no Supremo Tribunal Federal (STF), durante mais um julgamento de caso envolvendo corrupção, o ministro Luís Roberto Barroso chamou a atenção para um aspecto que está cada vez mais na mente da maioria dos brasileiros ao questionar: "Alguém imaginava que os partidos disputavam diretorias de estatais para fazerem coisa boa?". A resposta, apontada pelo próprio ministro, é a óbvia: "O propósito é este mesmo: desviar recursos". O comentário coincidiu com a fase de expansão dos limites das investigações da Lava-Jato para além da Petrobras, com impacto em um número cada vez maior de Estados. E ocorreu na mesma semana em que o Congresso aprovou limites mais rígidos para as nomeações de diretores e membros de conselhos de estatais. Ambas as medidas atendem a pressões cada vez maiores da sociedade pelo cerco à cultura da propina.
Editorial