O sinal vermelho foi aceso: o Estado brasileiro está gastando mais do que sua arrecadação em níveis jamais vistos, criando déficits bilionários, impossibilitando o pagamento das despesas públicas – mesmo as mais básicas – como saúde, educação e, em alguns casos, até mesmo a folha de pagamento de seus servidores.
Um dos pilares da "nova matriz econômica" do PT, essa política fiscal, em longo prazo, produz tal resultado. Gastar mais do que a arrecadação, elevar as despesas acima do crescimento da receita, agir com irresponsabilidade fiscal é, no fim das contas, um mau negócio para o país.
Os defensores da política fiscal que expande os gastos públicos acima do crescimento da receita (autodenominados "desenvolvimentistas") acreditam que seria exatamente isso que traria o desenvolvimento e, por consequência, uma espécie de feedback positivo de crescimento da arrecadação. O rombo originado por essa espécie de brincadeira de "gato e rato" da despesa versus receita é chamado por eles de "déficit indutor do crescimento".
Ou seja, para eles, criar mais despesas produz desenvolvimento, que gerará mais receita, o que cobrirá os gastos que foram criados e assim por diante.
Mas o que deu errado? O problema dessa política é que, ao gerar déficits bilionários, há um momento em que a receita parará de expandir e, ao contrário do que pregam, entrará em declínio. Esse é o resultado da recessão econômica gerada pela crise de credibilidade do país, que, inadimplente com seus compromissos em virtude do alto déficit, afugenta investimentos e paralisa a economia.
A meta fiscal de R$ 170,5 bilhões negativos do governo federal aprovada pelo Congresso Nacional e o déficit de R$ 6,4 bilhões em 2016 no Rio Grande do Sul mostram bem a que ponto chegamos. O Estado brasileiro penará durante algum tempo para equilibrar suas contas e conseguir voltar a promover os investimentos públicos que geram desenvolvimento econômico sustentável.