Vivenciamos, atualmente, um dos mais graves fenômenos da vida política. Nunca houve tamanha deformação dos fatos, dificultando a fixação da verdade histórica. Tudo é desfigurado através de insidiosa cleptocracia. O verbo mais conjugado é o negar, alimentando forte diversionismo no eixo das questões que deveriam ser abertamente discutidas. A ética foi abandonada tanto no Executivo quanto no Legislativo. Mais forte na esfera federal.
Tudo começou há mais de 10 anos, com a reivindicação de Waldomiro Diniz a um bicheiro, passando pelos delúbios, dirceus, valérios, silvinhos, genoínos, dinheiro nas cuecas, joões paulos, okamotos, dudas, lulinhas etc., desmascarando mensaleiros, vampiros, sanguessugas, negociantes de dossiês, chegando à triste descoberta de que a maior estatal brasileira, além de gasolina, também destilava propinas.
Acostumamo-nos a conviver com estes desastres morais. Em 2002, a filha do Sarney alçou voo para presidente e, ao ser surpreendida com dinheiro sem origem, obrigou-se a pouso forçado, cedendo a liderança nas pesquisas ao Lula. Depois, um assessor da cúpula do PT e mais dois auxiliares domésticos do presidente da República foram flagrados com dinheiro de origem obscura que se destinava à aquisição de dossiê que incriminava a oposição. E não mais parou, desde a eleição e a reeleição da presidenta Dilma, como a imprensa vem divulgando diariamente com as delações premiadas.
Infelizmente, oponentes utilizam métodos idênticos para essas sórdidas operações, sem o mínimo pudor, bastando que sejam úteis para atingir seus torpes, indecentes e repugnantes objetivos.
O presidente Lula tenta desempenhar o papel do marido traído: era sempre o último a saber, ou, como popularmente se diz: "fazia-se de morto para ganhar sapato novo". Agora, sua substituta está sendo investigada por não seguir as diretrizes constitucionais da execução orçamentária. Foi o estopim da crise por que atravessa a Nação, encadeando-se uma série de denúncias que atingem os três poderes da República e algumas Unidades da Federação.
Não bastassem as consequências com o sacrifício do povo brasileiro, o mundo inteiro está acompanhando par e passo o desastre de nosso país. Ademais, não se vislumbram soluções para um país carente de serviços de segurança, saúde e educação. Como os figurantes representam o povo, só cabe a esse pesar e sopesar os nomes dos que merecerão sua escolha nas próximas eleições.