Diante dos números astronômicos da corrupção investigada pela Operação Lava-Jato, as fraudes apuradas no programa Bolsa-Família podem parecer insignificantes. Mas não são. A tolerância com os pequenos delitos é que forma a sensação de impunidade e a cultura do jeitinho, que acabam resultando no desapreço à ética e à justiça. Quem utiliza identidade de mortos para receber recursos indevidos está sendo tão desonesto quanto os grandes ladrões de colarinho branco, ainda que os danos econômicos à sociedade sejam inquestionavelmente menores. Mas o valor moral subtraído é o mesmo, ainda que caibam atenuantes em relação a eventuais necessidades de um e de outro.
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