O balanço do número de pessoas que vêm perdendo a vida na Capital e na Região Metropolitana em circunstâncias violentas, realizado pelo Diário Gaúcho, é um retrato da tragédia cotidiana enfrentada pelos gaúchos, e que precisa ser enfrentada de vez. Apenas no período entre 2011 e 2015, foram 6.408 vidas perdidas em municípios da Região Metropolitana e Vale do Sinos, a maior parte constituída por jovens e em sua maioria vitimados por arma de fogo. Soluções há, e a própria reportagem se encarrega de apontá-las, em sua maioria elencadas pelos próprios organismos de segurança. O que falta é um combate efetivo às razões dessa chaga, que são múltiplas, complexas, mas dependem apenas de disposição coletiva e de ações continuadas para o seu enfrentamento.
É frustrante a constatação de que, desde o descontrole nos registros de mortes violentas, muitas estratégias vêm sendo tentadas e abandonadas logo que os resultados não se mostram os esperados. É o caso, entre outros, dos chamados Territórios da Paz e da eleição de homicídios como prioridade nas ações de segurança pública. Isso não significa, porém, que a sociedade deva se resignar com a ideia de que não há saídas.
As mesmas estatísticas sobre vidas destruídas, com repercussões marcantes sobre os familiares, mostram também que apenas 5,5% dos inquéritos de homicídios chegam ao Tribunal do Júri na Região Metropolitana. A maioria são devolvidos para novas diligências da Polícia Civil. Os dados mostram também que, em grande parte dos casos, há uma associação direta das mortes com o narcotráfico.
A redução da violência exige medidas preventivas continuadas, mas também eficiência policial no combate a essas causas, independentemente da questão financeira. O Rio Grande do Sul não pode perder a guerra para a criminalidade.