Alexander Hamilton foi um dos pais fundadores da nação norte-americana.
Participou da Guerra da Independência.
Foi dos mais relevantes membros da Conferência de Filadélfia, que produziu a Constituição norte-americana.
Escreveu 51 dos 85 "The Federalist Papers" (os demais, foram escritos por John Jay e James Madison).
Criou o Banco dos Estados Unidos.
Fundou o então Partido Federalista, que centrava a nação Americana na força da União.
De outro lado, estava o então Partido Republicano, de Jefferson e Madison, cujo centro de poder deveria ser os Estados Americanos, ex-Colônias inglesas.
Hamilton sustentava a neutralidade dos Estados Unidos na guerra da Grã-Bretanha e França.
Jefferson favorecia a França.
Morreu em 1795, com 49 anos, em um duelo com o então vice-presidente Aaron Burr.
Assisti, em Nova York, o musical Hamilton.
Conquistou diversos prêmios e foi indicado para 16 Tony Award.
O tema é um período fundamental da formação dos Estados Unidos.
As divergências entre Hamilton e Jefferson, sobre as instituições para os Estados Unidos, são expressas com clareza.
O canto e a música são um hip-hop extraordinário.
Os atores são negros e brancos.
Estupendos.
O público, quando assisti, de maioria norte-americana.
Vibra e acompanha tudo com atenção invejável.
Aplausos - todos justificados - surgem a qualquer momento.
E, tudo, frente um relato da história política do país.
Com humor e fidelidade histórica.
Os personagens, mitos históricos, são humanizados e vistos no seu tempo.
Nada de deboche.
Nada de retaliação.
Nada de exaltação gratuita.
A exaltação decorre dos fatos e da conduta dos personagens diante das controvérsias sobre o que seria melhor para a nação.
O público acompanha os conflitos, as vacilações e compreende a grandeza do debate.
Termina o espetáculo e todos saem extasiados e sorridentes.
Sem melancolia.
Há um claro ambiente de percepção da grandeza histórica e de orgulho pelos fatos e personagens.
Não se vê/ouve, em toda a peça, aquilo que Fernando Henrique Cardoso, refere ser a "teoria do deslize", ou seja, o ser sempre contra.
Não há, na peça, desconstrução.
Acena com a trama para o fazer e construir.
Não enxovalha pessoas, personagens, passado, presente e futuro.
É fiel.
Há um imenso compromisso com o futuro pela leitura do passado.
Como é no nosso Brasil?