Há alguns dias, uma professora do Departamento de História da UFRGS, Céli Pinto, escreveu um artigo no jornal ZH analisando o governo Temer. Escorregou no conteúdo e estatelou-se na forma, a professora.
Analisando o conteúdo, conclui-se que, partindo de um raciocínio absolutamente reducionista, bisonho e canhestro, decretou, por exemplo, que a reforma da Previdência será um desastre porque será efetivada... pelo ministro da Fazenda! Por aí já se vê que algo que começa de maneira tão abstrusa não pode terminar bem. E não terminou.
Continuando num crescente delírio alucinatório, afirmou que o ministério de Temer é um "escândalo de proporções internacionais". Sim, segundo a mestra, o ministério que recém engatinha em meio a todas as armadilhas deixadas pelo vergonhoso governo do PT é uma "vergonha para todos nós, brasileiros e brasileiras". Antes que alguém pergunte se há alguma razão técnica minimamente plausível para essa fúria verborrágica, já explico que não. O único argumento é, pasmem, o fato de o ministério ser composto por "um bando de homens brancos, ricos e na maioria velhos"!
Uma meia verdade é também, todos sabem, uma meia mentira. Seguindo a senda de um raciocínio claramente sofista, informa que "o Ministério da Cultura será extinto (verdade) "et pour cause" a cultura acabará no Brasil (mentira)". Comete muitos outros erros axiológicos, fulcrais mesmo, a professora da UFRGS, inclusive quando brada contra a pretensa despreocupação com o direito de minorias, sem qualquer embasamento fático, como se acabasse de se instalar no Brasil o Quarto Reich.
Analisando a forma, conclui-se que a imensa maioria da população brasileira é ou mal-informada ou mal-intencionada. Não há sequer a piedade por uma terceira alternativa. Pois eu rebato afirmando que somente uma pessoa muito mal-informada ou somente uma pessoa muito mal-intencionada pode acreditar que o número absurdo de ministérios que havia visava atingir a excelência administrativa e não locupletar áulicos cuja única função era manter o PT no poder.
Da Academia, espera-se que gere textos... acadêmicos! Misturar ideologia cega com análise política produz, no máximo, uma catilinária "nonsense".