O aumento da carga tributária, que foi uma das medidas aplicadas pelo governador José Ivo Sartori para tentar amenizar a crise financeira do RS, é uma realidade no nosso Estado, que está transbordando em dívidas e com dificuldade para pagar os salários dos servidores públicos. Mas, na prática, é a população que acaba pagando essa conta.
É preciso que medidas restritivas sejam tomadas, que haja mudança na lei e, principalmente, que a sociedade seja vista como um todo, sem interesses nem para o funcionário público, nem para o privado, e muito menos a classe empresarial do comércio e da indústria. Para ninguém! O Estado precisa ser igual para todos. O que na prática não acontece.
Conforme a Secretaria Estadual da Fazenda, o valor gasto com o funcionalismo foi de R$ 8,5 bilhões em 2005 para R$ 24,7 bilhões previstos em 2015, entre salários e encargos. Atualmente, o Estado gasta 75,5% da receita com a folha, incluindo servidores ativos, aposentados e pensionistas. Hoje, os inativos são em maior número do que os ativos dentro do funcionalismo público. Um verdadeiro caos!
Ao longo dos anos, o corporativismo foi um dos fatores que colaborou para que essas carreiras se distanciassem da iniciativa privada e alcançassem muitos privilégios. Benefícios que, se não forem cortados, acabarão quebrando o Estado, que não sustentará tais pagamentos, e, logo, todos perderão. Vemos funcionários públicos aposentados recebendo milhares de reais por mês e que ainda, antes de morrerem, encontram uma maneira de repassar essa aposentadoria para outra pessoa. O ciclo continua e o nosso dinheiro vai para o ralo! Deixo claro aqui que não generalizo a classe, porque há muitos que honram seus empregos, trabalham honestamente e com dignidade. Nesse desabafo, digo que precisamos nos unir para salvar o RS. Seja com aumento de impostos, seja abrindo mão de privilégios.
Algo que a iniciativa privada não usufrui, sendo ela a que produz, a que contribui e a que recolhe os impostos que vão para a máquina pública. Nós pagamos os servidores públicos que precisam dar satisfação dos seus serviços para a sociedade. Afinal, o Estado é de todos!