O fechamento temporário do Museu de Arte do Rio Grande do Sul (Margs) e as restrições impostas ao funcionamento de outros espaços culturais da área central de Porto Alegre, como a Casa de Cultura Mario Quintana e o Memorial do Rio Grande do Sul, são indicativos do quanto a insegurança está afetando a qualidade de vida dos gaúchos. De acordo com os diretores dessas instituições, o atraso no repasse de recursos por parte do governo está fazendo com que as empresas prestadoras de serviços reduzam o efetivo de vigilância. Sem garantia de segurança, as direções dessas casas estão preferindo restringir o acesso de público, até para que as pessoas não corram riscos.
Acuados pela violência, os gaúchos já evitam sair de casa para frequentar espaços públicos abertos, como praças e parques. Agora, também os centros culturais mantidos pelo poder público começam a restringir a presença de visitantes, por medo da criminalidade. A continuar neste ritmo, em breve estará concretizada a profecia catastrófica da reclusão dos cidadãos decentes atrás das grades de suas residências enquanto os criminosos circulam livremente pelas ruas.
Como a crise financeira do Estado não terá solução a curto prazo, cabe aos gestores públicos encontrar alternativas para o funcionamento desses espaços culturais, com segurança e sem restrições de qualquer espécie. Os cidadãos pagam impostos para receber da administração e dos servidores uma contrapartida que lhes está sendo sonegada.