Silenciosamente, o governo do Estado tenta acabar com o Plano de Carreira dos educadores gaúchos. Por isso, este ano, a pauta de reivindicações do Cpers será: o pagamento do Piso no Plano de Carreira.
É importante que a sociedade entenda a situação de penúria dos educadores. Historicamente, o Rio Grande do Sul sempre esteve entre os Estados que melhor remuneravam os professores no Brasil. Hoje, é o que pior paga, envergonhando a história do nosso Estado e o povo gaúcho.
No final do governo passado, nosso déficit para atingir o pagamento do Piso no Plano de Carreira era de 34,66%. Atualmente, a dívida do RS para conosco é de 69,47%.
Hoje, um professor em início de carreira, classe A, recebe R$ 1.260,18 para 40 horas semanais e tem um completivo de R$ 875,46 para atingir o Piso Salarial dos Professores. O nosso Plano de Carreira está sendo, sorrateiramente, desmontado por este governo. Atualmente, um educador que inicia a carreira recebe o valor acima citado com um completivo, totalizando R$ 2.135,72. Um professor com a mesma classe e que tenha especialização, mestrado ou doutorado recebe R$ 2.520,36. Ele está perdendo, mensalmente, R$ 1.750,90. Para cumprir o Piso no Plano de Carreira, deveria receber R$ 4.271,26.
Reflita: o governo Sartori aumentou o ICMS, alegando a necessidade deste ato para sanar as contas do Estado. Será mesmo? O fantasma do parcelamento dos salários continua o mesmo. Na volta das férias (a esposa do governador foi exonerada para acompanhá-lo e depois ser readmitida), o governador retorna ao terrorismo ameaçando demitir os concursados. Nada sobre acabar com a sonegação fiscal e o PL 131, do senador José Serra, que retira os recursos dos royalties do petróleo para a educação e a saúde. E, só agora, ensaia uma discussão sobre a renegociação da dívida do RS com a União (Sartori e o ex-governador Antônio Britto foram protagonistas dessa negociação).
Diante desse quadro, os educadores gaúchos alertam a população: estamos em rota de colisão com este governo!