O acúmulo de 100 mil pneus numa área próxima à cidade de Ernestina exemplifica bem o descaso do poder público e a falta de conscientização de parcela da sociedade em relação ao meio ambiente. Além de irregular, o depósito que indignou a comunidade do pequeno município no norte do Estado representa risco concreto para a saúde das pessoas, principalmente nesta época de proliferação do mosquito que transmite doenças letais. O problema, que jamais deveria ter ocorrido, por uma questão de bom senso, está sendo enfrentado agora pelas autoridades. Ainda assim, o episódio deve ser tomado como exemplo: quando a prevenção falha, o custo para enfrentar as consequências é sempre maior.
No caso específico dos pneus, um problema comum em todo o Estado, os riscos vão além de facilitar doenças como as propagadas pelo mosquito. Se não atendem a exigências mínimas, depósitos desse produto constituem-se também numa ameaça de contaminação do solo e da água com metais como magnésio e zinco. Como o poder público costuma ser negligente nesses casos, resta às comunidades se mobilizarem para denunciar as ameaças.
Um percentual significativo de pessoas também tende a potencializar os riscos quando negligencia cuidados mínimos, como a limpeza de calhas, de reservatórios de água e de piscinas e quando não descarta adequadamente o lixo. Ainda assim, é inadmissível que o poder público costume restringir a atuação dos fiscais a áreas residenciais, ignorando ameaças maiores como as constituídas por depósitos de pneus.