O temporal que atingiu a capital gaúcha na última sexta-feira (29/01) pode ainda não ter um diagnóstico definido sobre o tipo de fenômeno natural que ocorreu, mas as perguntas estão sendo feitas por todos: são mudanças climáticas? As intempéries vieram para ficar? Sem respostas definitivas, o mais evidente é que precisamos estar preparados. A enchente ocorrida no mês de outubro do ano passado - a maior em quatro décadas - já havia encerrado discussões, como a necessidade de mantermos em pé o muro da Avenida Mauá, necessário para proteção contra cheias.
O ano legislativo - marcado para começar na segunda-feira (01/02) - teve um pequeno atraso, justamente pelos danos do temporal em nossa sede. No meu mandato de vereador e agora como Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre, tenho trabalhado pela resiliência da cidade, a capacidade de resistir e voltar ao seu estado normal. Um debate cada vez mais presente e necessário. A cidade precisa estar preparada para enfrentar as crises naturais, sociais e econômicas e resistir. Afinal, se os galhos se quebram, as árvores voltam a crescer. É o que precisamos fazer com Porto Alegre.
Recentemente, tivemos o lançamento da estratégia de resiliência de Porto Alegre, um diagnóstico que reúne 35 áreas necessárias de atuação. O projeto reuniu autoridades públicas, ONGs e universidades, e ganhou o apoio da Fundação Rockefeller, que, no Brasil, escolheu apenas o Rio de Janeiro e Porto Alegre para o Desafio 100 Cidades Resilientes.
Na Câmara, além da discussão legislativa sobre o tema, vamos fazer o nosso dever de casa, com adaptações para transformar o Palácio Aloísio Filho numa estrutura sustentável, com telhado verde, substituição de toda a iluminação atual por lâmpadas LED, energia fotovoltaica e utilização da água da chuva. A partir de agora, temos muito trabalho pela frente. Precisamos institucionalizar o voluntariado para atuação em casos de intempéries, com o poder público recrutando e formando agentes, de forma que a população se envolva e participe diretamente.