De um dos tantos cursos sobre luxo que o vice-ministro de Turismo do Uruguai, Benjamín Liberoff, realizou mundo afora, guardou a seguinte definição: "Luxo é algo raro, que poucos têm o prazer de desfrutar". Em recente jantar com a imprensa gaúcha, no balneário uruguaio José Ignacio, repetiu a frase e completou:
- O Uruguai é assim: um lugar pequeno e para poucos. Sempre digo que não vendo turismo, vendo qualidade de vida.
A afirmação casa com um fenômeno recente a que o país vem assistindo: o crescimento da hotelaria butique. Antes conhecido e frequentado por um público que buscava os grandes resorts e cassinos atrás de badalação e movimentação, o Uruguai agora é foco de quem procura descanso, arte e boa gastronomia. Basta reparar na migração cada vez mais frequente de Punta del Este a José Ignacio.
E agora, com a inauguração da ponte Laguna Garzón, que facilita o acesso entre os departamentos de Maldonado e Rocha, lugares sossegados como La Paloma e Punta del Diabo têm tudo para serem os novos points do público classe A. Uma prova disso é o sucesso da rede de hotéis Vik em José Ignacio. Filho de uruguaia, o norueguês Alexander Vik queria reviver suas origens em sua casa de praia no país hermano: o resultado foi tão bacana que resolveu compartilhá-lo com turistas. Nascia, assim, o Estancia Vik, primeiro hotel do grupo, que tem em sua essência a rusticidade da cultura campeira do Uruguai. O espaço funciona como uma espécie de hotel fazenda, com cavalos à disposição, quadras de tênis na grama e campo de polo.
Com a boa aceitação de sua primeira investida, Vik partiu para dois outros modelos semelhantes na região: o Playa Vik e o Bahia Vik. Enquanto o Playa - famoso pela piscina de borda infinita nas alturas e seus telhados verdes - é mais reservado, com menos de 20 quartos à disposição dos hóspedes e serviço exclusivíssimo, o Bahia, que funciona há recentes duas temporadas, situa-se ao lado do badalado restaurante La Susana e acaba atingindo um público mais jovem. Em comum, o trio de hotéis oferece bicicletas à disposição para rodar a cidade, valorização de obras de arte de artistas locais na decoração, serviço de spa e garantia de descanso.
Filho de uma gaúcha, Emanuel da Silva, gerente do Bahia, comenta que a presença de brasileiros tem sido maior em novembro e que, na alta temporada, acabam perdendo a corrida para europeus e norte-americanos. E adianta uma barbada:
- Os três hotéis são interligados, então, se a pessoa está hospedada em um deles e quer passar o dia em outro, não tem problema, a gente providencia o transfer.
Assim fica difícil de enjoar, né?
*A colunista viajou a convite do Ministério de Turismo do Uruguai